Abigeato: espécie de crime apavora produtores rurais locais
Um crime que arrasa, destrói, em traços de crueldade, e não escolhe local para acontecer.
O crime atende pelo nome de abigeato e é apontado como o tipo de
delito que mais assusta os produtores rurais de Sant’Ana do Livramento
de diversas localidades do Estado. Para muitos produtores rurais, a
extensão territorial do município, um dos maiores do Rio Grande do Sul, e
a relativa facilidade de colocar em muitos pontos de venda a carne
abatida clandestinamente poucas horas antes, estão entre os fatores que
contribuem para incidência deste tipo de crime.
De acordo com o 1° Tenente Romildo, da Brigada Militar, as ações para
combater o abigeato não param, com o intuito de garantir a
tranquilidade dos produtores.
Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com
cleizermaciel@jornalaplateia.com
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O presidente do Sindicato Rural de Livramento, Luiz Claudio Andrade,
enfatiza que registrar boletim de ocorrência sobre os casos de abigeato,
bem como todo o fato atípico no meio rural (como uma cerca cortada,
sinais de acampamento no interior de propriedade, etc) deve ser encarado
pelos produtores como uma tarefa necessária. Mesmo que não sejam
atendidos de imediato, os chamados feitos à Brigada Militar em função de
ocorrências do gênero, devem ser comunicados o mais rápido possível,
cobrando providências. Assim, no momento, o produtor proporcionará todas
as informações sobre os casos de furto de animais de que tenha ciência.
Essa, inclusive, conforme Andrade, é a orientação que deve ser
seguida pelos produtores rurais de Sant’ Ana do Livramento, avalizada
pela Associação e Sindicato Rural de Livramento e pela Brigada Militar.
Vale recordar que trata-se da única forma possível de demonstrar, a
partir de uma base de dados consistentes, a realidade do setor primário
de Livramento, em relação aos abigeatos.
O presidente da Associação e Sindicato Rural de Livramento, Luiz
Claudio Andrade, insiste na necessidade de mobilização por parte dos
produtores rurais, no sentido de efetuarem o boletim de ocorrência com
os devidos registros, a fim de que essas informações repercutam em
âmbito de Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do
Sul.
Há poucas semanas atrás, o líder ruralista participou de reunião com a
representação do comando da Brigada Militar – 2º Regimento de Polícia
Montada e Comando Regional de Policiamento Ostensivo, oportunidade em
que os oficiais reiteraram a necessidade dos registros. O presidente da
Rural explica que é preciso compreender que o sistema funciona de forma
diferente do que se imagina. A partir do momento em que um produtor não
faz o registro de ocorrência quando sua propriedade é alvo de abigeato, e
seus animais são levados pelos ladrões, não há qualquer referência ou
indicativo estatístico daquele fato. Portanto, essa informação não é
contabilizada no sistema da SSP-RS. Diante disso, não repercute nas
estatísticas que são analisadas pelas autoridades estaduais para
destinação de verbas, recursos humanos, equipamentos, etc.
Quando o ruralista faz o registro do boletim de ocorrência e repassa
todas as informações de que dispõe sobre a situação, os animais levados,
o modus operandi (forma de agir dos ladrões), esses dados entram no
sistema, sendo considerados nas estatísticas estaduais, além de servirem
como norte para eventuais investigações policiais a respeito dos crimes
de furto abigeato. No momento em que as instâncias superiores do
governo estadual reúnem-se para verificação das regiões onde há maior
impacto de determinados crimes, as estatísticas acusam a realidade de
cada município.
O presidente Luiz Claudio Andrade ressalta que aí está a importância
do registro de boletim de ocorrência quando há situações de abigeato nas
propriedades rurais de Livramento, consciência que todos os produtores
devem absorver.
Dessa forma, conforme o líder ruralista, no momento das análises de
relatórios na SSP e nos demais gabinetes ligados à segurança pública em
âmbito estadual, principalmente, será perceptível a incidência desse
crime. “Se em determinado lapso de tempo, durante um ano, tivermos um
número x de ocorrências de abigeato registradas e, comparativamente, a
outro lapso de tempo, o número for acrescido, ficará estatisticamente
comprovado o aumento dos casos, o que é um forte argumento até mesmo
para realizarmos as cobranças de ações mais amplas do governo estadual
especificamente nessa questão. A SSP, ciente dessa constatação de
aumento nos crimes de abigeato, com a cobrança da sociedade,
especialmente do meio rural, deverá tomar providências para reduzir
esses índices. É assim que o sistema funciona, por isso, reiteramos a
necessidade do registro de boletim de ocorrência de todo o furto
abigeato verificado, assim como essas situações atípicas que poderão
resultar em casos de furtos de animais” – raciocina o presidente.
(Fonte: Jornal Platéia /Santana do Livramento)
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