domingo, 26 de agosto de 2012

Prêmio Gerdau Melhores da Terra reconhece 10 vencedores na Expointer



Prêmio Gerdau Melhores da Terra 
reconhece 10 vencedores na Expointer
- Os vencedores são dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, além do Chile e da Argentina.
 
- A Comissão Julgadora percorreu mais de 49 mil quilômetros e entrevistou 339 produtores para definir os vencedores da categoria Destaque
 
Em sua 30ª edição, o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, maior premiação da América do Sul para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas, reconhece um total de dez vencedores na Expointer: oito produtos e dois trabalhos científicos. Os troféus serão entregues no dia 29 de agosto, a partir das 11h30, na usina Riograndense, localizada em Sapucaia do Sul (Av. Borges de Medeiros, 650).
“No ano em que o Prêmio comemora 30 anos de história, tivemos 600 participantes, mais do que o dobro do ano anterior, um reconhecimento à seriedade e à importância da premiação para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas. É muito gratificante verificar que, ao longo dessas três décadas, estimulamos o aprimoramento tecnológico e o desenvolvimento sustentável do setor, contribuindo para o que o Brasil se tornasse um dos países com maior produtividade agrícola do mundo”, diz André B. Gerdau Johannpeter, Diretor-Presidente (CEO) da Gerdau. 
 
Nessa edição, a Comissão Julgadora percorreu mais de 49 mil quilômetros no Brasil, Argentina e Paraguai para avaliar os inscritos na categoria Destaque, entrevistando 339 usuários. Essa categoria reconhece equipamentos que estão em uso no mercado há, no mínimo, dois anos.
Desde a primeira edição do prêmio, em 1983, já foram mais de 800 mil quilômetros percorridos, com um total de 3,7 mil inscritos, 6,7 mil usuários entrevistados e 228 prêmios concedidos. Os membros da Comissão visitam pessoalmente diversas propriedades onde as máquinas e equipamentos inscritos na categoria Destaque são utilizados, para verificar seu desempenho in loco e obter a opinião dos usuários.
Uma importante inovação foi incorporada ao regulamento do Prêmio neste ano, com a divisão das categorias Destaque e Novidade em Agricultura Familiar e Agricultura de Escala, de forma a contemplar os equipamentos que melhor atendem cada um desses segmentos.
Segundo o Coordenador da Comissão Julgadora do Prêmio, Luiz Fernando Coelho de Souza, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), duas grandes tendências foram identificadas durante as visitas realizadas em 2012: o aumento da escassez de mão de obra, o que eleva a demanda por máquinas mais eficientes e com maior capacidade operacional, e a ampliação da padronização global em segmentos como colhedoras, semeadoras e pulverizadoras, até então um movimento mais observado no mercado de tratores. Esse será o último ano do especialista à frente da Comissão Julgadora do Prêmio, cargo que ocupa desde a primeira edição. A partir de 2013, a função será desempenhada por Renato Levien, também da UFRGS.
Vencedores
Categoria Destaque

Na divisão Agricultura de Escala, dois equipamentos foram premiados. O Troféu Ouro ficou com a Colhedora de Café Jacto K3, fabricada pela Jacto, de Pompéia (SP). Lançada originalmente há 30 anos, é a primeira colhedora autopropelida de café do mundo e representa o espírito do Prêmio: foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo e é uma referência na colheita mecanizada do café. A máquina, dotada de modernos sistemas informatizados de trabalho, satisfaz às atuais necessidades da cultura do café, que é carente, como as demais culturas do País, de mão obra capaz de manter o Brasil no lugar de maior produtor mundial de café.
 
O equipamento possibilita a colheita seletiva, retirando apenas os frutos maduros, e tem colaborado para a abertura de novas áreas de cultivo com relevo favorável, contribuindo para o crescimento desse importante segmento da agricultura brasileira. Atualmente, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, o Brasil é responsável por 40% da produção de café no mundo. Além disso, a atenção dispensada ao produtor pelo fabricante é bastante eficiente, gerando grande satisfação dos usuários.

O Troféu Prata da divisão Agricultura de Escala da categoria Destaque foi concedido a um produto argentino: a Semeadora de Grãos Graúdos Gringa V, de até 45 linhas, fabricada pela Talleres Metalurgicos Crucianelli, da cidade de Armstrong, na província de Santa Fé. Comercializada também no Brasil, em especial na região Centro-Oeste, é voltada para o plantio direto de sementes graúdas, como milho, soja e feijão.

A Gringa V é um equipamento de grande porte, com sistema de transporte lateral e opção de dosagem de sementes por sistemas pneumático ou mecânico. Tem grande autonomia de trabalho e capacidade operacional, fácil regulagem e causa baixo impacto no solo ao abrir o sulco para as sementes. Assim como outras máquinas reconhecidas nessa edição do Prêmio, representa a busca por equipamentos tecnologicamente avançados, que supram a crescente escassez de mão de obra no campo.
A divisão Agricultura Familiar também conta com dois vencedores. O Troféu Ouro foi concedido ao Distribuidor Accura 1600, fabricado pela Kuhn do Brasil, de Passo Fundo (RS). O equipamento, utilizado para aplicação de fertilizantes e sementes pelo método de distribuição a lanço (forma de distribuição aleatória), tem permitido incorporar à agricultura familiar tecnologias antes disponíveis apenas para os grandes produtores, a um custo relativamente baixo, o que representa uma grande contribuição para o segmento. Além disso, por seu porte e capacidade, também pode ser utilizado em plantações de larga escala.

A máquina de acoplamento no sistema hidráulico do trator é de porte robusto e apresenta simplicidade de regulagens e operação, mantendo a precisão na uniformidade da distribuição de insumos e sementes. Como resultado, os usuários entrevistados pela Comissão Julgadora manifestaram alto índice de satisfação.
O vencedor do Troféu Prata foi o Trator 1055, da Agritech Lavrale, de Indaiatuba (SP). Trator compacto utilizado em lavouras que demandam uma baixa potência, como olericultura e fruticultura, o equipamento representa a porta de entrada para a mecanização agrícola para alguns produtores – tem uma boa distribuição e ampla aceitação do mercado, com vendas de cerca de 500 unidades por ano. Para produtores que trabalham com culturas, como cafeicultura e fruticultura, representa um importante ganho de eficiência, possibilitando a melhora dos resultados. Os usuários apontaram seu bom desempenho como o ponto forte do equipamento.
Categoria Novidade Expointer
 
O equipamento vencedor do Troféu Ouro da divisão Agricultura de Escala foi a Semeato, de Passo Fundo (RS). Com o apoio da fabricante de tratores CNH, a empresa desenvolveu um sistema de integração eletrônica entre a semeadora SOL TT e tratores utilizando o padrão ISOBUS, norma internacional de comunicação eletrônica entre tratores e implementos. O sistema dispensa o uso de vários terminais de cabine, rodando todas as funções apenas no monitor principal, que já faz parte do trator. Um conjunto de sensores na semeadora transmite os dados para o trator e o sistema apresenta as informações selecionadas pelo operador. Atualmente, cada função de monitoramento e controle é realizada por soluções eletrônicas específicas, e não integradas.
O avanço é significativo: a Semeato, em conjunto com a CNH, conseguiu materializar comercialmente um esforço de cinco anos entre mercado e comunidade acadêmica – a Força Tarefa ISOBUS Brasil, criada oficialmente em 2007 – para popularizar esse tipo de solução no País. A interface desenvolvida permite a comunicação da semeadora com qualquer trator que também contemple essa padronização no País.

O Troféu Prata em Agricultura de Escala foi para o Fecha Taipa Arrozeiro FTA 1600, da Agrimec, Santa Maria (RS). Utilizado em lavouras de arroz irrigado, presentes na região Sul do País, ele é o primeiro a permitir a construção dos canais de água da plantação, com paredes (taludes) bem formadas, bem como o fechamento de cada gleba plantada em uma única operação.
 O FTA 1600 substitui o arado e reduz a erosão das paredes do canal, além de permitir uma distribuição mais uniforme da água entre as glebas. É uma máquina simples e robusta, que executa uma tarefa fundamental para a lavoura do arroz irrigado.
O equipamento vencedor do Troféu Ouro da divisão Agricultura Familiar foi a Plantadeira Hyper Plus Camalhoneira, da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas KF, de Cândido Godói (RS). A semeadora-adubadora foi desenvolvida para o plantio de sementes graúdas (milho e soja, principalmente) nas áreas anteriormente cultivadas com arroz, em solos de várzea irrigada – ela forma sulcos e camalhões (os trechos de terra mais elevados entre os sulcos), depositando as sementes graúdas nestes últimos. Assim, os sulcos funcionam tanto para a drenagem do excesso de água quanto para a irrigação, quando necessário.
A máquina também contribui para o controle de plantas daninhas, ganhos de produtividade nas lavouras de arroz subsequentes e, o mais importante, uso intensivo do solo com rotação de culturas. Ela pode ser utilizada tanto na agricultura familiar, como na de escala, por meio da adição de módulos.
O vencedor do Troféu Prata foi o Desensilador Frontal da Bandeirante Indústria e Comércio de Máquinas, de Passo Fundo (RS). Historicamente, o produtor familiar retira manualmente a silagem (ferragem depositada em silos, usada para alimentar os animais) do local onde está armazenada, para transportá-la até o rebanho. O desensilador permite a mecanização do processo: ele pode ser integrado à pá frontal de qualquer trator, cortando a quantidade necessária de silagem e depositando-a diretamente no equipamento de transporte.
Isso torna a operação muito mais ágil e não compromete a compactação do restante do material, que permanece no silo. Além disso, ele agrega mais uma função à pá carregadora do trator, conferindo mais produtividade ao equipamento. Dessa forma, a máquina da Bandeirante facilita o trabalho de criadores de pequenos e médios rebanhos, principalmente na produção de leite, foco dos produtores familiares.
Categoria Pesquisa e Desenvolvimento

A categoria dedicada aos trabalhos acadêmicos tem dois vencedores. Entre os pesquisadores, o trabalho reconhecido veio do Chile: Algoritmos para Planejamento e Acompanhamento de Trajetórias de Robôs Agrícolas, de Christian Correa, professor assistente da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade de Concepción, e Lorenzo Vásquez, professor instrutor da Universidade de Tarapacá. A importância do trabalho deve-se à crescente utilização de máquinas autônomas – ou robôs – na produção agrícola, para suprir a falta de mão-de-obra, fenômeno cada vez mais presente. Utilizando um sensor Kinect (desenvolvido pela Microsoft para o mercado de videogames) acoplado a um pequeno veículo de eixo único, os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos para desenvolver um algoritmo (uma lista de procedimentos a serem seguidos por um sistema) que permite a uma máquina definir a melhor trajetória de um ponto a outro, identificando e desviando de obstáculos que apareçam pelo caminho.
O sistema pode ser aplicado em tratores e colhedoras autônomos, por exemplo. Além disso, também pode guiar veículos que realizem o monitoramento de culturas (envolvendo diagnósticos do estado nutricional do solo, de infestação por pragas e doenças ou ponto ótimo de colheita) ou que sejam responsáveis pela aplicação de produtos químicos no solo.
Já no nível Estudante, a Comissão Julgadora selecionou como vencedor o trabalho Sistema Microprocessado para Aquisição e Armazenamento de Dados, cujo autor principal, Antonio P. de Camargo, é engenheiro agrônomo e estudante de Pós-Graduação no Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da USP, em Piracicaba (SP). A equipe responsável pelo trabalho desenvolveu um sistema eletrônico de medição e armazenamento de dados a baixo custo – apesar de disponível hoje no mercado, esse tipo de equipamento normalmente é utilizado apenas por grandes produtores, por conta de seu preço elevado, e nem sempre pode ser encontrado de imediato no mercado nacional. A alternativa desenvolvida pelos pesquisadores poderia levar a tecnologia para pequenos produtores ou até mesmo ser utilizada pela agricultura familiar, ampliando o acesso ao sistema e propiciando ganhos de produtividade.
 
O sistema detalhado no trabalho é composto por dois módulos: o de aquisição, dotado de até 32 sensores de diversos tipos e responsável por coletar os dados; e o de armazenamento, que conta com um cartão de memória comum e guarda os dados para posterior análise. Dado o grande número de sensores possíveis de ser acoplados, o equipamento pode ser aplicado a vários usos diferentes, como, por exemplo, o manejo de sistemas de irrigação, avaliação de máquinas agrícolas ou o monitoramento da temperatura em locais de armazenamento de grãos, entre outras utilizações.
Sobre a Gerdau
A Gerdau é líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo. Com mais de 45 mil colaboradores, possui operações industriais em 14 países – nas Américas, na Europa e na Ásia –, as quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas por ano. É a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata em aço, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua. Com mais de 140 mil acionistas, a Gerdau está listada nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri.




Legenda: Diretor-Presidente (CEO) da Gerdau, Andre B. Gerdau Johannpeter, ao centro, anunciou os vencedores do Prêmio Gerdau Melhores da Terra na manhã deste sábado, durante coletiva de imprensa realizada na feira Expointer, em Esteio (RS)
 
Crédito: Mathias Cramer/temporealfoto.com

Daiana Trevisan
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